Zezinho, Patrícia, Lozandres, Dmtrius
(Posse do Zezinho na academia Sete-Lagoana de Letras)
CULTURA OMISSA É CULTURA?
Nesse último dia 28, no auditório da Casa da Cultura Francisco Timóteo; tomou posse na cadeira de Nº 3, o talentoso artista teatral; José Eustáquio Corrêa (Zezinho).
O novo acadêmico foi saudado por Maria Auxiliadora Matos de Melo, também Acadêmica.
Dirigindo a sessão solene estava o jornalista e Acadêmico; Márcio Vicente da Silveira Santos, secretariado por Mariza da Conceição Pereira.
Essa cadeira possui um sentido muito especial para a cidade porque traz o nome do Mauro Faccio Gonçalves(Zacarias). O grande humorista do quarteto dos trapalhões que faleceu em 1990. O Zacarias nunca se esqueceu da sua cidade natal; Sete Lagoas. Mencionava o tempo que podia sobre suas raízes e não desprezava seus entes.
Mas a solenidade estava muito boa e aspectos da vida do Mauro Faccio foram recordados com muita desenvoltura pelo Zezinho. Alguns números artísticos foram apresentados e muito aplaudidos.
Na platéia, além do público, estavam os acadêmicos com assentos efetivos na Academia Sete-Lagoana de Letras e um casal muito especial. Esse casal viajou de Rio das Ostras (RJ) exclusivamente para assistir a posse. Trata-se dos Fãs do Zacarias que foram contatados pela Rede aan. Lozandres Braga e Patrícia formam esse simpático casal que não mediram esforços para estarem presentes. Os mesmos estiveram na cidade na penúltima exposição na Galeria Myralda, quando aconteceu alí uma exposição documental sobre vida e obra do Zacarias.
Como vcs. Mesmos podem ver, se fizermos as coisas com um maior potencial comunicacional e um envolvimento mais sério, (em termos de investimentos na imagem cultural da cidade), poderemos ser considerados mais dignos e nossa cultura poderá ser mais bem vista, principalmente quando recebe visitas de pessoas de outras plagas como essa do casal Lozandres e Patrícia.
Eu não vou citar coisas chatas aqui como: - a necessária formação de uma política cultural sistemática que zela pelo bem cultural do cidadão local e muito menos citarei o desdém de pessoas chave para abrilhantar mais ainda os eventos culturais que veem sendo operacionalizados pela sociedade organizada de nossa cidade. Vou parar por aqui, porque o espaço e a ética me diz para maneirar um pouco. Mas não podemos esquecer que a semente é pequena em relação a arvore que ela gera. Se queremos ver uma cultura com dotação e captação orçamentária à sua altura, deveremos ser aptos a aprender cultivar pequenas sementes que caem em nosso solo. O Zacarias não foi somente uma semente que germinou por aqui, mas foi uma árvore inteira que teve seu cultivo garantido e cujo solo não suportou seu crescimento. Seus frutos não pereceram com a sua morte, mas vai depender é de como encaramos uma ameaça tão grande que é a evasão dessas “pessoas chaves” dos eventos tão importantes como esse da Academia. Isso atesta ‘nossa’ incompetência em assistir espetáculos e valorizá-los como processo histórico em curso e interferirmos nele como produtores e agentes culturais... Isso menospreza o que insistimos chamar de cultura para cairmos no meio do caminho com um pires e algumas moedinhas na mão dadas por políticos e empresários generosos.
Existe um pensamento dentro do marketing que cabe perfeitamente aqui; “Transforme as ameaças em oportunidades”... e a grande ameaça que enfrentamos, há muito tempo, é não estarmos no lugar certo na hora certa e não falarmos e fazermos as coisas certas no momento exato. Não podemos esquecer que somos a história e a construimos principalmente quando unimos pensamento e as ações em algo verticalmente magnânimo. Temos vários “Zacarias” por aqui e o solo continua o mesmo e o público “especial” continua cego e negligente com as pequenas sementes. Será que as “famílias” também seriam uma grande ameaça ou uma grande oportunidade para que nossa cultura seja cultivada???
Dmtrius Cotta